sábado, 27 de dezembro de 2008

Sobre a arte e a poesia, por Colombina

“Reflexões sobre a arte”

A arte exige muito dos seus eleitos. É preciso que o artista sofra para compor a sua obra-prima.

Quase todos os grandes artistas foram sofredores ou tiveram um fim trágico.

A dor é a fonte de inspiração do verdadeiro artista.

A arte não tem idade; é eterna como beleza e como a divindade que a criou.

E o snobismo, essa idiotice social, quem sustenta a arte modernista.

Infelizmente essa idiotice é contagiosa.

Se temos pena dos débeis-mentais, dos mentecaptos, por que não nos compadecermos dos poetas e pintores modernos?

Eles merecem a nossa compaixão pela incapacidade de apresentar algo de belo, algo que convença, que imponha à nossa admiração.

A poesia é sentimento, é beleza, é elevação.

É muito mais fácil deturpar a arte que errigir-lhe um monumento.

Infelizmente os crimes de lesa-arte não são puníveis; como não são puníveis as falcatruas, as roubalheiras dos ladrões endinheirados.

Antigamente os artistas e, principalmente os poetas, eram eleitos dos deuses e aureolados pela glória merecida. Hoje em dia, dá-se aos pseudo-artistas prêmios em dinheiro. É o que esses pseudo-poetas são, antes de tudo, comerciantes.

É à confusão de valores e a decadência do espírito que os modernistas devem a sua posição de lacaios da grãfinagem.

Poesia que não empolga, que não comove, que deixa indiferentes os que a lêem ou escutam, não é poesia. O poder maravilhoso da arte está nas diferentes emoções que ela causa.

Apesar do estímulo que se dá, e da propaganda feita em torno dos poetas modernistas, ainda são os livros dos mestres da poesia, os mais procurados; a sua glória perdura através dos séculos.

E, apesar dos pesares, o povo continua rendendo-lhes o seu tributo de admiração, pois sendo a poesia expressão do sentimento, ela não precisa de explicações, de cursos ou escolas, para ser compreendida. Compreender um poeta, emocionar-se com as suas emoções, é amá-lo e admirá-lo.

O resto... não é nada.


Colombina (Pseudônimo de Adelaide (Yde) Sholonbach Blumenschein – 26/05/1882 a 14/03/63)
Texto extraído do livro “Manto de Arlequim”, uma publicação de 1956.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

O mais antigo jornal de poesia das Américas, com 55 anos













Fanal – Um jornal com 55 anos de sua publicação na difusão da poesia.

Edição do Jornal Fanal, em sua edição comemorativa dos 40 anos da "Casa do Poeta 'Lampião de Gas' de São Paulo."

Entidade de classe que acabou de complatar 60 anos de muita poesia e cultura neste último 07 de novembro de 2008. Viva a poesia!!!

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

“Simplicidade” por Colombina

“Simplicidade”

Tu não podes saber (e és tão inteligente
E tão conhecedor do mundo) o bem que fazes
Para o meu coração, tão triste e tão descrente,
Quando, com tua voz, a ventura lhe trazes.

Tu não podes saber como é grande o presente
Que me dás cada dia: algumas poucas frases
Repletas de ternura... E, generosamente,
Um sonho de mulher, de longe, satisfazes.

Dirás que é pouco o que me dás. Porém, na vida,
Onde tanta maldade encontrei, é o bastante
Esse bem que me faz a tua voz querida;

E quando para mim esse presente vale,
Tu não podes saber... Nem como é apavorante
Imaginar, que um dia, a tua voz se cale...


Por Colombina (Pseudônimo de Adelaide Sholonbach Blumenschein – 26/05/1882 a 14/03/63)