segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

“Simplicidade” por Colombina

“Simplicidade”

Tu não podes saber (e és tão inteligente
E tão conhecedor do mundo) o bem que fazes
Para o meu coração, tão triste e tão descrente,
Quando, com tua voz, a ventura lhe trazes.

Tu não podes saber como é grande o presente
Que me dás cada dia: algumas poucas frases
Repletas de ternura... E, generosamente,
Um sonho de mulher, de longe, satisfazes.

Dirás que é pouco o que me dás. Porém, na vida,
Onde tanta maldade encontrei, é o bastante
Esse bem que me faz a tua voz querida;

E quando para mim esse presente vale,
Tu não podes saber... Nem como é apavorante
Imaginar, que um dia, a tua voz se cale...


Por Colombina (Pseudônimo de Adelaide Sholonbach Blumenschein – 26/05/1882 a 14/03/63)

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